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Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade

domingo, 22 de junho de 2008

Lugares

Talvez por isso esse desassossego, essa busca incessante por algum lugar em que minha alma encontre paz. Como se, mudando os móveis, as roupas, os amigos e o horizonte, eu pudesse escapar desse momento do dia que, na verdade, existe em qualquer lugar do globo.

Achei que em Brasília escaparia e quase foi verdade. Em quase dois anos, creio que hoje foi a primeira vez em que ele me alcançou. Como se nos conhecêssemos, mas eu houvesse fugido enquanto ele estivesse preso em algum tipo de manicômio. Em liberdade, porém, a primeira coisa que fez foi sair no meu encalço, até me encontrar.

E alcançou-me exatamente enquanto dirigia pelo parque. Tão real e palpável, que pude sentir sua aproximação. Mas não fugi, nem senti vontade; ao contrário, fiquei feliz como alguém que reencontra um velho amigo. E deixei-me envolver por ele. Pude até sentir o cheiro da dama-da-noite.

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