Na efervescência e efemeridade dos meus 20 e poucos anos, visitei uma mulher que se dizia vidente. Disse-me ela, naquela ocasião, muitas coisas que acabaram se confirmando. De tudo que foi dito naquele quarto simples e cheio de penduricalhos religiosos, o que ficou gravado em minha alma foi apenas isso: "Você tem uma alma muito velha". Explicou-me ela que minha alma já havia estado na Terra muitas, muitas vezes, e vivido demais.
Mesmo naquela época já tinha essa impressão. Eu sentia, sim, como todas as pessoas da minha idade, a urgência de viver, mas não como se fosse viver as coisas pela primeira vez. Era como se as quisesse viver por sabê-las boas. Não era mais sábia que os outros; também dei muitas cabeçadas e aprendi pelos piores caminhos. Porém, ao fim de tudo, as conclusões nunca me impressionaram: já as tinha eu vivido anteriormente.
Quem sou eu

- Thelma Yeda
- Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade
domingo, 22 de junho de 2008
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