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Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Amigos

No início de 2011, depois de uma viagem cansativa para passar o Natal com minha família, tive o insight: em 2010 vi meus amigos mais queridos apenas uma vez. Não passamos nem mesmo um dia todo juntos. Isso inclui amigos da faculdade, amigos de infância, amigos de adolescência e meus amigos mais novos. E muitos amigos eu sequer vi.
Lembrei-de da frase da Selma: "a vida é muito curta para a gente passar longe dos amigos".
Há mais de 10 anos tenho para mim que já encontrei o sentido da vida (da minha pelo menos, que é a que mais me interessa): momentos. Viver momentos. Levar apenas o que vivi.
Então iniciei 2011 refletindo que tenho levado uma vida muito da besta: trabalho, vou pra casa, vou pro trabalho, volto pra casa. Nos finais de semana, passeio com a família.
Quem me conhece sabe que espero mais da vida. Quero fazer compras de manhã, trabalhar com algo que não seja a prostituição do meu amor pela palavra, sair com meus filhos todos os dias para fazer o que eu tiver vontade, namorar e ver meus amigos, e beber, e mandar o mundo todo à merda. Todo dia.
Por que agora não consigo mais? Fazia isso com três empregos e viajando para SP toda semana para a pós...
A vida ficou rápida, os horários são apertados, a rotina é pavorosa. O que mudou? Virei funcionária pública.
Engraçado que minha mãe sempre (sempre mesmo, desde que eu terminei o ensino médio) me torrou a paciência querendo que eu fizesse concurso (BB, imagine!). E eu sempre tive horror.
E eu sempre soube que tudo que minha mãe achava adequado para mim era o que mais me faria infeliz.
Como vim parar, então, nessa armadilha?
E só acordei porque vi meus amigos, mesmo que por menos de um dia todo, em 2010.
Meu coração está com eles, minha vida e minha alma. E a minha felicidade.

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