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Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Insanidades

Uma colega de trabalho fez uma obsevação sobre o que eu julgava ser um tipo de segredo. A conversa seguia e calhou em um ponto tipo família; e ela perguntou:
- Mas você não vai ter outro filho? Você disse que ia ter.
Primeiro, achei que ela estivesse doidinha, atrapalhada. Mas ela foi me fazendo recordar de frases ditas há seis meses, já esquecidas e que parecem ter sido ditas em uma vida passada.
É, há seis meses eu queria outro filho. Meu contentamento e felicidade baseavam-se nisso: filhos me completam e é só o que eu quero agora, uns 10, se puder.
Então eu disse a ela: - Esqueça isso. Eu estava louca. Agora acordei, sou eu mesma de novo.
Ela riu e repetiu sua opinião sobre eu ser uma "figura". E eu expliquei, o mais objetivamente possível, que tenho várias dentro de mim, que brigam, e são insanas.
- Todo mundo é assim, Thelma. Mas ninguém deixa isso tão à mostra, só você.
Foi uma revelação! Todo mundo tem insanas, mas conseguem dominá-las.
Eu nunca pude com elas. Acabam comigo, todo dia.

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