No hospital, logo depois do parto, as enfermeiras conversam:
- O marido dela está lá, olhando a menina. Ele não é japonês.
- Ah, então puxou bem pra ela.
Uma delas me olha.
- Sua mãe é japonesa?
- Não.
- Então seu pai é japonês?
Eu espero um pouco. Paciência é uma virtude, mas eu detesto partos e estava pelas tampas com tudo no mundo. Além do quê, ignorância tem limite.
- Bom, se ele não é japonês, com certeza eu sou filha do padeiro ou do leiteiro...
Quem sou eu

- Thelma Yeda
- Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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