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Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Lenina

Aí eu tenho momentos Lenina e momentos Linda.

São as duas personagens de Admirável Mundo Novo que, para mim, é como um I Ching da vida moderna. Há 70 anos Huxley conseguiu descrever a clonagem. O próximo passo é a concepção em úteros fora do corpo humano e a hipnopedia. Acho sempre que tudo isso está muito perto...

Lenina é a típica representante da sociedade do Mundo Novo. Encaixada na sua posição, horrorizada com tudo o que represente falta de "civilidade", não consegue compreender o amor ou outros conceitos "antigos", já que tudo é tão melhor para todos na civilização.

Linda também era assim, antes de ser abandonada na reserva dos selvagens e parir um filho. Em um trecho do livro, ela se zanga por estar naquele lugar e culpa a criança. Porque se ele não tivesse nascido, ela poderia voltar para a civilização. Mas como voltaria com um filho? E ela começa a bater na criança. De repente para e começa a cobri-lo de beijos. Ou seja, a maternidade, no sentido do conceito amor mãe-filho, fala mais alto, apesar de todo o treinamento hipnopédico.

Lenina ou Linda?

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