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Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Da Série "Eu esqueci!"

Programa de domingo: cinema. Sem muita empolgação. Filme de criança.

Começa o filme. Legalzinho. Efeitos bons. Tiradinhas engraçadas.

E foi de repente. Aquela coisa enorrrrrrrrrrrrme diz:

- Eu sou Optimus Prime.

Calafrio.

Mais para a frente, a coisa enorrrrrrrrrme diz:

- Autobots, vamos rodar!

Quase chorei. Sabe o que é uma lembrança de duas décadas explodir dentro do seu cérebro? Eu senti culpa.

Eu adorava Transformers. Eu tinha Transformers. Eu sonhava em ter o Optimus Prime, de verdade, que nem o menino do desenho. Eu tinha inveja daquele menino, e ela me roía por dentro todos os dias.

E eu simplesmente havia esquecido... Não lembrei nem mesmo quando vi o cartaz do filme. Quando vi o nome do filme. Quando o Bumblebee se transformou.

Putz, eu queria rebobinar o filme no cinema. Quase comprei outro ingresso para a sessão seguinte, mas como sou adulta, madura e normal, achei melhor não.

Em vez disso, fiquei azucrinando a mulher da locadora, todos os sábados: "Chegou Transformers?".

Quando, de saco cheio e de maneira meio ríspida, ela disse que o filme só chegaria em novembro (seriam uns dois ou três meses), corri para a internet.

O DVD custava mais de R$ 100.

E só não comprei porque estava esgotado.

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