Falando em infância, eu sempre me lembro dos meus desejos anormais de criança relacionados à comida. Tinha uma propaganda em que o menino vendado passava o dedo no tijolão de presunto e lambia, para adivinhar qual era o Sadia.
Eu vivia pensando que, quando crescesse, eu ia comprar um tijolão daquele e comer sozinha, a dentadas.
Também achava que ia comprar quilos de miojo para comer crus, sozinha.
Queria comer a lata toda de atum sozinha.
Eu tinha dois irmãos e tudo que eu comia tinha que ser dividido.
Semana passada fui ao mercado e comprei uma garrafa de suco e três miojos. Que comi cozidos.
Quem sou eu

- Thelma Yeda
- Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
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