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Certas palavras não podem ser ditas em qualquer lugar e hora qualquer. Estritamente reservadas para companheiros de confiança, devem ser sacralmente pronunciadas em tom muito especial lá onde a polícia dos adultos não adivinha nem alcança. Entretanto são palavras simples: definem partes do corpo, movimentos, atos do viver que só os grandes se permitem e a nós é defendido por sentença dos séculos. E tudo é proibido. Então, falamos. Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Padoca


Só esse lance da padaria continua incomodando. Escolher no menu um café expresso e um sanduíche de peito de peru light e esperar um garçom trazer até a mesa foi legal. Mas foi estranho.

Não pude deixar de lembrar das padocas. Não conheço outro lugar onde padaria seja padoca a não ser São Paulo.

Padoca mesmo, com aquele balcão de padoca, quadrado, no meio do lugar. Os carinhas vestidos de branco com chapeuzinho engraçado, e o cafezinho (de "coadô") servido em copo americano que tem até cheirinho de pinga 51 lá no fundo.

Você sai de casa de manhã e pára na primeira esquina. Sim, São Paulo tem esquinas e as esquinas têm padoca, quase sempre. Pede o misto quente, que não custa R$ 2,50, e o cafezinho. E vai pagar no caixa.

Ninguém anota nada no papel (porque esqueci de comentar, o meu gigantesco pedido na padaria do Sudoeste foi anotado em uma comanda...). Você chega no caixa e diz o que comeu. O cara não confere com ninguém para saber se foi isso mesmo.

E aí tem uns seres anormais que vivem dizendo que paulistano é desconfiado.

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